Cidade da Juventude da Festa do Avante!

<b><font color=0094E0>Transformar a vida, construir o futuro</b></font>

A JCP faz trinta anos em Novembro e a data será evocada na Cidade da Juventude da Festa do Avante! com um debate e com a mais que provável edição de um livro comemorativo. A luta dos estudantes e dos jovens trabalhadores contra a política do Governo e as razões para votar na CDU merecem também lugar de destaque. A animação, essa, é garantida.

«Aquilo que de­fen­demos – a so­li­da­ri­e­dade e a fra­ter­ni­dade – está ali pre­sente, não são só pa­la­vras», afirmam André Mar­telo e Hugo Gar­rido

«Transformar a vida, construir o futuro» é o lema do 30.º ani­ver­sário da JCP, que se comemora em Novembro. Mas as comemorações iniciam-se no primeiro fim-de-semana de Setembro, na Festa do Avante!. Como nos revelou Avante! Hugo Garrido, do Secretariado da Direcção Nacional da JCP, esta evocação marcará a decoração da Cidade da Juventude. Um debate e o mais que certo lançamento de um livro completam o início das comemorações.
A ac­ti­vi­dade da JCP ao longo do ano, fundamentalmente a realização do Encontro Nacional do Ensino Secundário e da Conferência Nacional do Ensino Superior, não será esquecida, assim como a intervenção internacional no quadro da presidência da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD). Neste aspecto, será reafirmada a solidariedade com várias organizações de juventude – como a União da Juventude Comunista da República Checa, ilegalizada pelas autoridades daquele país – e a exigência do regresso das tropas portuguesas em missões de agressão militar.
As brigadas a Cuba, promovidas pela FMJD, que neste momento se estão a realizar com a presença de 14 jovens portugueses, estarão também em foco. Os 50 anos da revolução cubana e os 60 anos da NATO são os temas enquadradores desta iniciativa internacional.
Num ano marcado por três eleições, duas das quais estão ainda por realizar, a Cidade da Juventude destaca também as pro­postas da Ju­ven­tude CDU. E fá-lo-á não apenas através da exposição política, onde serão destacadas algumas das mais significativas, mas recorrendo também a formas «interactivas», revelou o jovem dirigente comunista. No coração daquele espaço será colocada uma baliza, sendo o visitante da Festa convidado a «marcar um golo contra as políticas do Governo».
Uma mesa redonda com jovens candidatos e apoiantes da CDU e as brigadas de contacto com os visitantes da Festa, que têm, este ano, como lema «Contigo construímos a alternativa», e como um dos objectivos mostrar aos jovens porque devem votar na CDU, completam os momentos «eleitorais» da Cidade da Juventude.
E como do esclarecimento ao apoio vai um passo, aos jovens visitantes da Festa será colocado o desafio de apoiarem a CDU. Para firmar esse compromisso, existirá um painel com fotografias de apoiantes «notáveis», em tamanho real, com um espaço para o visitante poder tirar um retrato dizendo «eu também apoio a CDU».

Cresce a cons­ci­ência e a luta

A Cidade da Juventude é um mundo dentro do universo que é a Festa do Avante!. Ali, tudo é pensado, planificado, construído e assegurado pelos jovens comunistas. Do primeiro tubo ao último retoque; do projecto de arquitectura aos textos das exposições; da selecção dos temas dos debates à confecção de refeições. E é também de jovens que ali se fala: das suas dificuldades e angústias; dos seus sonhos e anseios. E, sobretudo, das suas lutas.
Para Hugo Garrido, «não houve uma única camada da juventude portuguesa que não tenha sido prejudicada pelo agravamento da política do Governo do PS». E a luta cresceu.
No En­sino Bá­sico e Se­cun­dário, exemplificou, 70 mil estudantes estiveram na rua, naquelas que foram as maiores lutas desde o início da década. O dirigente da JCP valorizou o alargamento da consciêcia dos estudantes que começaram por protestar contra o Estatuto do Aluno e o Regime de Faltas e evoluíram para a luta em defesa da Escola Pública. Em algumas escolas, houve mesmo contestação ao plano de «modernização do parque escolar», que mais não é do que o objectivo de passar a gestão das escolas para uma empresa, a Parque Es­colar.
Também no En­sino Su­pe­rior, realçou Hugo Garrido, a luta intensificou-se «depois de alguns anos em que muitos estudantes foram absorvidos pela ilusão de que o Processo de Bolonha ia resolver os problemas e arranjar novas soluções de mobilidade e mesmo de empregabilidade». Passados estes anos, afirma, «começa a haver a ideia generalizada de que o Processo de Bolonha serve, sim, para decidir quem acede aos mais elevados graus de ensino e quem nunca acederá». Esta luta, acrescentou, tem ainda mais valor tendo em conta as «grandes dificuldades» existentes no movimento associativo, devido à partidarização das associações de estudantes por parte do PS e do PSD, que investiram muito neste objectivo após as grandes lutas de 2004.
A ju­ven­tude tra­baha­dora também viu o seu dia-a-dia piorar com este Governo, destacou Hugo Garrido. Actualmente, há 20 por cento de jovens trabalhadores desempregados e mais de metade dos que trabalham têm vínculos precários. «É a pior situação de que há memória», salientou.
Para o jovem comunista, é de valorizar a participação dos jovens trabalhadores nas lutas mais gerais do movimento sindical unitário. Sobretudo quando é imensa a pressão para não lutar e para aceitar as piores condições. «Tentam passar a ideia de que ter um mau trabalho é melhor que não ter nenhum.»
Realçando o reforço da organização de juventude da CGTP-IN, a Interjovem, e os «passos dados pela JCP junto dos jovens trabalhadores», Hugo Garrido destacou a manifestação de 28 de Março, Dia da Juventude, realizada pelo quarto ano consecutivo, e que reuniu cerca de 10 mil jovens.

Dar opor­tu­ni­dades aos jo­vens

Num momento em que se fecham muitas das portas que Abril abriu, por acção dos sucessivos governos, a JCP defende que se dê mais oportunidades aos jovens para desenvolverem as suas capacidades físicas e intelectuais. Mais do que uma proposta, estamos a falar de um exemplo.
No Palco Novos Va­lores da Festa do Avante! actuarão as bandas apuradas nas finalíssimas dos concursos de bandas que, durante os meses de Junho e Julho, se realizaram de Norte a Sul do País. Cerca de 150 bandas enviaram maquetes e muitas tiveram a oportunidade de mostrar o seu talento. A assistir a estes concertos estiveram, ao todo, 7 mil pessoas, estima Hugo Garrido.
Mas, para o dirigente da JCP, há um objectivo que ainda não foi cumprido: dar oportunidade a todas as bandas para tocar. Que é, aliás, o grande objectivo do concurso. Apesar disto, reconhece, estão a ser dados passos em frente: «Há cinco anos, por exemplo em Setúbal, recebíamos 50 maquetes e fazíamos um concerto com cinco bandas. Hoje fazemos cinco ou seis com trinta bandas.»
Outra das evoluções que de nota, garante, é o aumento da qualidade das bandas. Este ano, houve mesmo um número record de bandas já com um CD gravado, o que revela a importância que o concurso da JCP já adquiriu. A relação da JCP com as bandas participantes também tem vindo a melhorar ano após ano, valorizou Hugo Garrido.
Os vários festivais realizados também serviram para divulgar as propostas da JCP e do Partido para a cultura. O abaixo-assinado lançado nos concertos exigindo apoios à criação e fruição culturais por parte dos jovens adquiriu tal dimensão que se transformou numa petição, entretanto discutida na Assembleia da República.
Também no des­porto há trabalho feito que importa divulgar. O Tor­neio Agit, que teve este ano a sua quarta edição, envolveu 1500 pessoas agrupadas em 150 equipas. «Estamos a falar de gente que, de outra forma, possivelmente não viria de outra forma a iniciativas da JCP», salientou o jovem dirigente comunista. Muitos destes jovens acabaram por aderir à organização.
Tal como na cultura, o desporto tem vindo a ser elitizado. Há locais onde se paga 50 ou 70 euros por uma hora de ocupação de um ringue. Também nesta área permanecem insuficiências que importa ultrapassar: apesar de o futsal ser já o desporto mais praticado no País, «bom seria termos condições para fazer isto com outras modalidades».

Em festa até à Festa

Outro lado da actividade da JCP na Festa do Avante! é a sua divulgação. A «carrinha da Festa», composta por jovens militantes comunistas, percorre, nos meses de Verão, praias, festivais e festas populares a divulgar a Festa do Avante!: primeiro com o folheto próprio da JCP e, depois, com o jornal dos artistas.
Também as bancas de venda de EP, instaladas em dezenas e dezenas de localidades, cumprem este objectivo, fazendo chegar a Festa do Avante! e o seu programa político-cultural a muitos milhares de portugueses.
As excursões para a Festa são já habituais e conhecidas pela sua animação. O objectivo este ano é atingir os 1200 jovens que chegam desta forma à Quinta da Atalaia. As vantagens são muitas, e mútuas: é mais barato, mais animado e permite um certo enquadramento dos jovens visitantes, aproveitando-se a viagem para explicar questões fundamentais do funcionamento da Festa e mobilizar para os momentos mais importantes.

O tra­balho não é uma seca

André Martelo é estudante do Ensino Secundário e membro da Direcção Nacional da JCP. Este ano, tem uma tarefa suplementar: é o responsável pela construção da Cidade da Juventude.
Desde que se lembra que vem à Festa e às jornadas de trabalho, com os pais, dedicados militantes comunistas. Desde que aderiu à JCP que tem participado nas jornadas de trabalho e no ano passado passou 15 dias na brigada de implantação. «Tinha já feito muitas coisas», reconheceu, mas há também «muitas coisas novas que não tinha a noção que existiam». Segundo André Martelo, «mostrar aos outros como se fazem as coisas é uma experiência engraçada».
Para o jovem comunista, dirigir «é diferente» de apenas fazer, mas não é uma experiência totalmente nova: algumas tarefas que vinha assumindo na JCP deram-lhe já alguma «escola» de gerir as diferentes capacidades e potencialidades das pessoas. E salienta que «nunca é um a puxar por todos, puxamos todos uns pelos outros». Acaba por haver uma «auto-responsabilização».
Segundo o responsável pela construção do espaço da JCP, estão com ele na brigada de implantação 7 jovens. Nas jornadas de trabalho de fim-de-semana, juntam-se-lhes mais «trinta ou quarenta»: estudantes e trabalhadores, de locais e com experiências muito diferentes. «Alguns aprendem ali muitas coisas, algumas das quais nunca tinham ouvido falar.» Um ou outro, conta André Martelo, «nem em casa faziam a cama e vêem-se ali a carregar placas, montar estruturas, instalar electricidade».
«Ali, por pouco tempo e naquele espaço concreto, somos “operários” e é uma experiência que, para muita gente, é diferente daquilo a que estamos habituados», salienta André Martelo. E agradável, pois «a malta que vem às jornadas de trabalho repete sempre». No terreno, os jovens construtores vão rodando as várias
tarefas, para «terem uma experiência mais ampla, que é importante para o seu crescimento».
Mas não são só os jovens comunistas que participam na construção da Cidade da Juventude. Ocasionalmente vêm outros «de fora». Sem qualquer noção de que «aquilo é mesmo construído pelo trabalho militante, que é fruto do esforço de largos meses de trabalho de muita gente», realça André Martelo. E ganham noção, acrescenta, de que «aquilo que defendemos, a solidariedade e a fraternidade, está ali presente, não são só palavras».


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